A Editora Três, responsável pelas publicações das revistas IstoÉ e IstoÉ Dinheiro, teve sua falência decretada pela Justiça na última segunda-feira, dia 3. A decisão foi tomada pelo Juízo da 2ª Vara de Falências e Recuperação Judicial de São Paulo, após a empresa não honrar compromissos financeiros, incluindo o pagamento de dívidas trabalhistas, obrigações com credores e despesas operacionais.
A falência ocorre após a editora descumprir o plano de reestruturação estabelecido pela Justiça há quatro anos. Além disso, a decisão judicial destacou a falta de pagamento aos funcionários atuais da companhia. Conforme exposto nos autos, a Editora Três acumula uma dívida trabalhista de R$ 20,6 milhões com um grupo de 532 ex-funcionários. No total, as dívidas da empresa chegam a R$ 820 milhões, sendo a maior parte relacionada a créditos tributários.
Este é o segundo processo de recuperação judicial enfrentado pela editora. O primeiro ocorreu em 2007, quando a empresa alegou dificuldades financeiras devido à restrição de crédito. Já em 2021, a Editora Três entrou com um novo pedido de recuperação, atribuindo os problemas financeiros aos impactos da pandemia de Covid-19.
Os direitos digitais das marcas IstoÉ e IstoÉ Dinheiro foram adquiridos pela Entre Investimentos no ano de 2022. A transação, que garantiu a exploração das marcas no meio digital, foi fechada pelo valor de R$ 15 milhões. A falência da Editora Três marca o fim de uma era para as publicações impressas das revistas, que já haviam anunciado a interrupção de suas edições físicas recentemente. O caso serve como um alerta para os desafios enfrentados pelo setor de mídia tradicional em meio às transformações digitais e crises econômicas.
fonte: InfoMoney