Em 2024, o setor financeiro do Brasil está passando por uma transformação significativa, com um investimento de R$ 47,4 bilhões alocado em várias frentes. Esses recursos serão utilizados para melhorar a gestão de dados, compliance, segurança e a experiência do cliente, ressaltando a importância desse setor no mercado. A atualização dos sistemas de dados permitirá uma administração mais eficaz e segura das informações, enquanto as melhorias em compliance assegurarão que as operações estejam sempre em conformidade com as normas.
Essa iniciativa conta com o apoio de 113 bancos associados à Febraban (Federação Brasileira de Bancos), refletindo a colaboração do setor na luta contra crimes financeiros e no fortalecimento da confiança nas instituições. O foco em segurança e na melhoria da experiência do cliente responde às novas demandas do mercado e da sociedade.
O que envolve o compliance?
Compliance vai além de simplesmente seguir regras; trata-se de um compromisso com ética, transparência e responsabilidade que permeia toda a organização. A implementação de um programa de compliance traz responsabilidades essenciais, como:
- Gestão de riscos: identifica e avalia ameaças como fraudes e danos à reputação.
- Cumprimento de obrigações legais: assegura que a organização esteja em conformidade com todas as exigências legais.
- Prevenção de ações antiéticas: cultiva uma cultura de integridade em todos os níveis da empresa.
- Combate à corrupção: estabelece práticas para prevenir e detectar práticas corruptas.
- Cumprimento de normas internas: garante a adesão a políticas internas e procedimentos rigorosos.
- Transparência: promove processos claros e acessíveis em todas as operações da empresa.
A crescente necessidade de ações de compliance contra crimes financeiros é um dos principais motivadores para esse investimento massivo. Em 2023, os custos de compliance na América Latina, incluindo o Brasil, aumentaram 97%, totalizando US$ 15 bilhões, segundo um estudo da Lexis Nexis Risk Solutions. No último ano, R$ 39,9 milhões foram aplicados na capacitação de 226,4 mil profissionais de tecnologia, um aumento de 139% em comparação a 2022, demonstrando o empenho do setor em se adaptar e enfrentar novas ameaças cibernéticas.
Esses investimentos também visam melhorar a experiência do cliente, utilizando tecnologia para oferecer serviços mais eficientes e seguros. “O compliance se torna um investimento estratégico, especialmente para o setor financeiro, que busca crescimento responsável e ético”, afirma Deborah Palacios Wanzo, presidente e cofundadora da tuvis, uma startup brasileira-israelense especializada em segurança cibernética e compliance.
Atualmente, a solução da tuvis é uma aliada de grandes empresas em todo o mundo na prevenção de vazamentos de dados e na utilização segura de aplicativos de comunicação como o WhatsApp no contexto financeiro.
Um estudo da Forrester Consulting, que entrevistou 268 instituições financeiras na América Latina, revela que 39% dos participantes veem as crescentes exigências relacionadas a crimes financeiros e regulamentações como as principais razões para o aumento dos custos de compliance. Nesse contexto, os investimentos em dados, segurança e experiência do cliente são fundamentais para o setor financeiro brasileiro, que busca constantemente fortalecer sua segurança e compliance. “As instituições que se destacarem nessa área serão aquelas que conquistarão a confiança dos clientes e se estabelecerão como líderes no mercado”, conclui Deborah.
Fonte: Dino (O Globo)