Alta histórica nos pedidos de recuperação judicial no agronegócio

Alta histórica nos pedidos de recuperação judicial no agronegócio

Alta histórica nos pedidos de recuperação judicial no agronegócio

O agronegócio brasileiro vem registrando uma alta expressiva nos pedidos de recuperação judicial (RJ), alcançando níveis inéditos no segundo trimestre de 2025. Segundo levantamento recente da Serasa Experian, o crescimento foi de 31,7% em comparação ao mesmo período do ano passado. O volume total chegou a 565 solicitações, considerando produtores rurais — tanto pessoa física quanto jurídica — e empresas vinculadas ao setor, o que representa um aumento de 45,2% em relação ao primeiro trimestre.

Um destaque importante do levantamento foi a forte elevação no número de pedidos por parte de produtores rurais organizados como pessoa jurídica. Esse grupo mais do que dobrou as requisições no segundo trimestre, chegando a 243 pedidos, superando pela primeira vez as solicitações de produtores pessoa física. Entre os segmentos, o cultivo de soja liderou com 192 pedidos, seguido pela criação de bovinos.

No caso das empresas ligadas ao agronegócio, o volume de pedidos também atingiu seu maior patamar desde o início da série histórica, com destaque para os setores de processamento de agroderivados, agroindústria da transformação primária e comércio atacadista de produtos agropecuários primários.

Geograficamente, Goiás registrou o maior número absoluto de solicitações, seguido por Mato Grosso, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Paraná. Esses dados reforçam um movimento crescente de dificuldades financeiras no setor, que já vinha sendo observado em períodos anteriores, especialmente em função de desafios climáticos, elevação das taxas de juros e maior pressão sobre o endividamento.

A Serasa Experian destaca ainda a importância de ferramentas de análise de crédito, como o Agro Score, capazes de antecipar riscos de inadimplência e apoiar decisões mais seguras na concessão de crédito ao setor rural.

Esse cenário traz à tona novos desafios para produtores, instituições financeiras e para o próprio setor jurídico, reforçando a necessidade de acompanhamento próximo e de estratégias sólidas para evitar agravamento das dificuldades financeiras.

Fonte: CNN Brasil